Atualmente as indústrias, sejam elas de pequeno, médio e grande porte, são responsáveis pelo desenvolvimento socioeconômico e também pelo grande número de acidentes de trabalho graves e fatais. Por isso, faz-se necessário uma análise dos riscos por elas gerados, bem como, a implementação de medidas de proteção aos trabalhadores.
Desde os tempos remotos o ser humano sofre com lesões, doenças e mutilação ocasionada pela atividade laboral.
Durante a Revolução Industrial esse número de acidentes chegou a níveis alarmantes e com isso a Saúde e a Segurança do Trabalho passaram a ser estudadas.
Hoje, muitas máquinas e equipamentos são utilizados nos processos industriais e são estes que mais provocam acidentes no ambiente laboral, seja pela desqualificação profissional ou pela negligência quanto aos quesitos de segurança. Com o avanço tecnológico, os riscos estão ficando menos óbvios, sendo necessário um maior cuidado para identificá-los de forma correta e avaliar as medidas de proteção adequadas.
Os acidentes de trabalho ocorrem pelo mundo inteiro, não apenas no Brasil, porém a tratativa destes dados é muito precária.
Apesar de ter ocorrido certa evolução neste campo, muito ainda há que se estudar para chegar de fato a uma neutralização de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho.
Muito se tem feito na área de Segurança do Trabalho, contudo é preciso fazer mais que identificar a causa e efeito dos riscos, é necessária a correta aplicação de gestão e das normas de segurança, sem demagogias.
Após a Revolução Industrial houve um avanço significativo das tecnologias e no desenvolvimento de produtos para que se conseguisse atingir um número cada vez maior de consumidores. Nesta época, as indústrias ganharam força e a economia se transformou em capitalista, mudando as várias sociedades do mundo.
Com o advento das indústrias, a forma de prestação de serviços se transformou. Eram empregados homens, mulheres e crianças, sem maiores preocupações com a qualidade do ambiente de trabalho, o que realmente importava era que as indústrias produzissem cada vez mais.
Eram utilizadas máquinas complexas, para a época, e que exigiam significativa mão de obra para que entrassem em operação, muitas vezes se descuidando da segurança e saúde dos trabalhadores.
Em 1802, o Parlamento Britânico se viu forçado a criar uma lei sobre a saúde e moral dos aprendizes, estabelecendo uma jornada de trabalho de no máximo 12 horas, e proibiu o trabalho noturno, além de incorporar medidas de higiene nas indústrias.
Porém, esta legislação não era cumprida, obrigando assim o Parlamento Britânico a elaborar uma nova lei para as fábricas, no intuito de fiscalizar essas e impor uma idade mínima para o trabalho (nove anos), também reafirmou a proibição das atividades noturnas e as 12 horas de trabalho diárias.
Em 1897 foi criada a Inspetoria das Fábricas, cujo intuito era o de realizar estudos sobre as doenças do trabalho e efetivar exames periódicos de saúde nos trabalhadores das indústrias desprovidas de serviço médico. Concomitantemente, em outros países eram adotadas legislações que defendiam a saúde do trabalhador.
Ainda no início deste século, o Brasil apresentava ambientes de trabalho insalubres, onde ocorriam muitos acidentes e doenças ligadas ao trabalho. O livro “A industrialização de São Paulo 1881-1945” relata que as estruturas em que foram instaladas algumas indústrias não eram apropriadas para tal finalidade, havia iluminação e ventilação precárias, não possuíam instalações sanitárias, não havia proteção nas engrenagens das máquinas, podendo ocorrer um acidente a qualquer instante. Junto a tudo isso, somava-se o cansaço dos trabalhadores, devido a exaustivas jornadas de trabalho, resultando em um número alarmante de acidentes de trabalho.
Em 1943, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) consagra-se e traz seu Capítulo V, destinado à Higiene e Segurança do Trabalho. Porém, só em 1972 criou-se uma portaria que obrigava à existência de um Serviço de Segurança e Medicina do Trabalho nas empresas, sempre levando em consideração o número de funcionários e o grau de risco da mesma.
Dessa forma, micro e pequenas empresas ficam desobrigadas de possuir este serviço, deixando cerca de 90% dos trabalhadores desassistidos. Outro fator importante a ser levantado é que nestas pequenas empresas o investimento com segurança é quase nulo, o que resulta em uma exposição dos trabalhadores a agentes agressores mais significativos.
Estamos aqui falando de segurança no ambiente de trabalho, mas você sabe qual é o conceito de Segurança Industrial? A Segurança Industrial nada mais é do que o conjunto de medidas (técnicas, médicas e educacionais) que visam garantir uma condição ou estado seguro para realização das atividades laborais, que garantam uma qualidade de vida aos trabalhadores.
Atualmente existem vários sistemas de segurança industrial, dentre eles, equipamentos de sinalização, equipamentos que agem diretamente na proteção sobre o indivíduo, equipamentos que agem na proteção atuando no meio, mecanismos que agem sobre as partes móveis das máquinas, entre outros.
Apesar de todo o esforço para reduzir a zero os acidentes de trabalho, no meio industrial é quase impossível que isso ocorra, devido a diversos fatores (descuido, imprudência, negligência etc.). A Segurança Industrial visa reduzir a probabilidade de ocorrência de um acidente de trabalho e preparar os empregados e empregadores para agirem da melhor maneira possível, caso isso venha a ocorrer.
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